Cinema na mochila: filmes para assistir antes de viajar

Tá complicado driblar a ansiedade destes últimos dias no Brasil… Eu esperava postar só mais uma vez antes de embarcar, mas por algum motivo inexplicável leitores começaram a surgir e – pasmem! – deixar comentários. Por isso, inspirado por essa fantástica audiência e por um tópico do fórum Mochileiros.com, preparei uma lista com filmes imperdíveis para quem pretende dar a volta ao mundo – ou para quem prefere viajar na poltrona. Confira e dê sua opinião! A seleção será atualizada de acordo com novas sugestões dos visitantes e do blogueiro.

Na natureza selvagem (Into the wild)

Um promissor rapaz recém-formado da classe média norte-americana abre mão da convivência com a sociedade, deixando tudo pra trás em busca de uma aproximação com a natureza e com as origens mais primitivas do ser humano. O filme é inspirado em uma história real e ajudou a tornar o aventureiro Christopher McCandless um ícone da cultura do mochilão. Ousadia e amizade são algumas das virtudes abordadas sob a batuta de Sean Penn.

 

Babel

Preconceito, intolerância e respeito a outras culturas são temas importantes deste filme, que também nos lembra dos efeitos inesperados que nossas ações podem provocar. Gravado em locais tão distintos como Marrocos, Japão, México e EUA, Babel é uma das obras mais elogiadas de Iñarritu e Arriaga e também um dos meus filmes preferidos. A atuação de Adriana Barraza, que interpreta a babá mexicana, é impressionante – não à toa, rendeu uma indicação ao Oscar.

 

127 Horas (127 Hours)

Uma obra de aventura, coragem e persistência, “127 Horas” é também o relato dramático dos cinco dias vividos pelo alpinista Aron Ralston, aprisionado por uma pedra numa inóspita fresta do Blue John Canyon (em Utah, nos EUA). O drama que consagrou James Franco ganhou um enorme buzz por uma única cena, bastante impactante (não vou falar mais que isso pra evitar spoilers), mas há muitos outros motivos para assistir este filme do diretor Danny Boyle, de “Quem quer ser um milionário?”.

 

Eurotrip

Esta comédia adolescente americana não tem nada de especial nem acrescenta mais que outros sucessos do cinema besteirol como “American Pie” ou “Todo mundo em pânico”. Mas pra quem pretende fazer um mochilão pela Europa vale a pena dar uma olhadinha na história do jovem que termina a high school e percorre o Velho Continente atrás da garota que conheceu pela Internet. Tem até participação especial de Matt Damon!

 

 

E sua mãe também (Y tu mamá también)

Um dos maiores sucessos do cinema mexicano, “E sua mãe também” é um fantástico road movie. Dois adolescentes no auge dos hormônios conseguem convencer uma sensual espanhola a os acompanhar em uma aventura rumo à paradisíaca praia Boca del Cielo. O belo filme de Alfonso Cuarón tem desfechos surpreendentes e fala com simplicidade sobre o que realmente importa na vida.

 

 

Corações em conflito (Mammoth)

Um executivo da indústria de games precisa deixar a família em New York por alguns dias para ir à Tailândia em busca da expansão dos negócios. “Corações em conflito” acompanha os acontecimentos que envolvem esse empresário, sua esposa cirurgiã, sua pequena filha e a babá imigrante, que trabalha nos EUA para dar uma vida melhor à família que ficou nas Filipinas. Apesar de algumas críticas negativas gostei bastante deste filme, que aborda a falta de oportunidades nos países em desenvolvimento e a difícil missão de conciliar vida pessoal e profissional. Pra completar, temos uma pequena amostra da vida de turista na Tailândia – noites selvagens e praias incomparáveis.

Caminho da liberdade (The way back)

Como disse um usuário do Mochileiros.com, depois de ver este filme ninguém mais reclama do tamanho da trilha ou do peso da mochila. Mais uma obra inspirada em história real, “Caminho da liberdade” mostra o longo caminho percorrido por um grupo de fugitivos de um gulag soviétivo – espécie de prisão na Sibéria, para onde Stalin enviava seus inimigos durante uma das mais cruéis ditaduras da história. Vale pela lição de persistência e vitória, contada ao longo dos 6 mil km que separam a Sibéria e a Índia.

 

O albergue (Hostel)

OK, este não foi escolhido por valores cinematográficos. Mas pode dizer: não deu vontade de dar uma passadinha na Eslováquia depois das primeiras cenas no hostel? E o filme é bem divertido, vai! Afinal, foi dirigido pelo competente Eli Roth e tem produção de ninguém menos que Quentin Tarantino. Como é comum nas melhores franquias de terror, a sequência já está nas locadoras.

 

 

Gritos do silêncio (The killing fields)

Um correspondente do New York Times cobre os conflitos da Guerra Fria no Camboja com a ajuda de um intérprete nativo, construindo uma amizade que é interrompida pela crueldade da ascensão do Khmer Rouge. O drama recebeu três indicações ao Oscar e toca em questões como determinação e companheirismo, revelando terrores pouco divulgados de um dos regimes mais violentos da história. Algumas estimativas apontam que 25% da população cambojana foi massacrada pelo Khmer Rouge durante os anos 1970. Nada contra Lara Croft, mas quem quer conhecer o Camboja não pode ficar só no Tomb Raider!

Diários de motocicleta

O filme retrata a viagem de dois amigos da Argentina à Venezuela a bordo de uma moto nada poderosa, a despeito do apelido que a dupla lhe dá. O jovem médico Ernesto Guevara (que muitos anos depois entraria para a história com o pseudônimo “Che”) e seu fiel escudeiro Alberto Granada são os protagonistas deste road movie, que fala sobre as mudanças que uma jornada como esta pode provocar. Uma curiosidade: o filme levou o Oscar de melhor canção por “Al otro lado del rio”, mas o uruguaio Jorge Drexler só conseguiu cantá-la no momento dos agradecimentos. Isso porque a direção da premiação havia escalado Antonio Banderas (!) para interpretar a música, temendo que um cantor “desconhecido” derrubasse a audiência da transmissão.

Central do Brasil

“No dia que você quiser lembrar de mim, dá uma olhadinha no retratinho que a gente tirou junto. Eu digo isso porque tenho medo que um dia você também me esqueça”, diz a carta lida por Fernanda Montenegro em um dos momentos mais tocantes deste clássico nacional. A amizade construída entre Dora e Josué pelo longo caminho entre a central ferroviária carioca e o sertão nordestino é uma das razões que explicam porque tanta gente adora viajar. Quando alguém embarca sozinho rumo a uma jornada pessoal, conhece pessoas que jamais voltará a ver. Mesmo assim, um mochileiro sabe que a memória daqueles momentos representa algo muito importante, uma mudança interna inexplicável, talvez a maior motivação para uma viagem como a de que trata este blog.

O fabuloso destino de Amélie Poulain

Esta é uma dica da Fernanda, que conhece mais de 30 países e já começou sua volta ao mundo, contada neste blog. Há dezenas de motivos para assistir a esta película francesa (a atuação de Audrey Tautou, a criatividade do roteiro, a fotografia incrível…), mas o mistério do gnomo de jardim que aparece em fotos ao redor do mundo enviadas ao pai de Amélie é o que torna este filme imperdível para quem está buscando motivação pra viajar. “Amélie” recebeu cinco indicações ao Oscar.

 

Tem mais alguma sugestão? Faça como os outros leitores que já passaram por aqui e deixe um comentário!

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18 respostas para Cinema na mochila: filmes para assistir antes de viajar

  1. Karla López Ortega disse:

    Sem dúvida muito boms filmes, eu adoro ver os filmes de boxe. Quando leio que um filme será baseado em fatos reais, automaticamente chama a minha atenção, adoro ver como os adaptam para a tela grande. Particularmente Mãos de Pedra adorei este filme. A história é impactante, sempre falei que a realidade supera a ficção.

  2. Pingback: Alegria, simplicidade e história no Camboja | O Mochilão

  3. Como assim Fellipe, desde quando Eli Roth é competente?
    Mas sobre o post, realmente, Into the Wild é pra inspirar qualquer um a meter uns trapo na mochila, e cair na estrada.

    • Fellipe Faria disse:

      Régis, não sou crítico de cinema, mas achei que o filme foi bem conduzido, kkkkk!!! Explica aí as razões da discordância! =D

      • Cara, também não sou crítico… mas o filme é muito ruim. Desde quando mostrar gente sendo decepada, sem propósito algum é fazer filme? Tipo, eu mesmo gosto do primeiro Jogos Mortais, pelo filme ser bem feito, bem roteirizado, bem dirigido, e gosto do gore.
        Agora, Hostel não tem fundamento algum. A primeira meia-hora é amigos atrás de sexo, a segunda metade é tortura sem sentido, e o final é a escapada da menina com o olho saltado. O filme não tem estrutura, não tem roteiro, não tem nada… é só um monte de cenas sem conexão e sem sentido…. Não assusta em nada, não diverte, e não acrescenta nada como cinema… logo, qual a finalidade de um filme como este?
        Mas acabamos fugindo do assunto do post, hehe…

        Abração.

  4. Fellipe Faria disse:

    Olá pi…

    td beim com vc ?

    q sempre q vc puder deixa noticia pra nos aki

    pelo face
    twitter
    orkut
    msn

    tudo q der

    aki tah tudo otimo graças a DEUS!!!

    abraços estamos com muitas saudades de vc já

    vó tah mandando um abraços e beijos

    xau nos te amamos

    • Fellipe Faria disse:

      Eita, acho que quando passei aí no PC da casa da vó esqueci de fazer o logoff da máquina! Mas deve ter sido o Breno que deixou o comentário, acertei? Brigadão pelas notícias e não esquece de clicar em Sign Out lá no canto superior direito, kkkk! =D

  5. Horchata disse:

    Olá!
    Já assisti todos os filmes citados e amo todos! São inspiradores, mágicos, informativos e um ótimo mata-tempo! rs
    Fellipe! Estou torcendo pra que tudo dê certo com você! Li o teu blog inteiro hoje de manhã e comentei com meus pais sobre o que você quer fazer e eles te elogiaram muito pela sua coragem e disposição de se entregar, abrir mão e ir atrás de um grande sonho.
    Sonho com um mochilão ao redor do mundo, mas como não posso realiza-lo no momento por diversos fatores.. alimentarei meu sonho através do seu! Aproveite! Curta! Se descubra! Faça dessa viagem o tempo da sua vida!
    Espero que você atualize constantemente o blog e dê noticias! Estou tão ansioso quanto você!
    Boa sorte e boa viagem!

    • Fellipe Faria disse:

      Horchata,
      Puxa, você conseguiu me animar bastante por aqui… às vezes, enquanto escrevia alguns dos posts, cheguei a pensar que pouquíssimas pessoas se interessariam pelo texto ou pelo tema do blog. Mas seu comentário, juntamente com o aumento das visitas a cada dia, me mostrou que devo continuar postando. Assim posso inspirar outras pessoas a buscarem seus sonhos. Tomara que estas experiências te empolguem de verdade – no momento mais adequado, você vai ter certeza de que é a coisa certa a se fazer e mais segurança para tomar essa decisão!
      Continue visitando o blog, porque os próximos dias vão ser cheios de novidades. Muito obrigado mesmo pela visita e pelas palavras de estímulo!

  6. Fernanda disse:

    roubaram minha ideia entao…tentei achar um gnomo inflavel para levar, mas nao encontrei…hehe…o matt tambem roubou minha ideia de dancinhas pelo mundo…comecei a dar uns pulos e vi que ja tem o site pulando pelo mundo…nao sei mais o que fazer de diferente…outubro estarei ou na australia ou no meu caminho para a asia…possivelmente no meu caminho para a asia….

    • Fellipe Faria disse:

      Pois é, também andei pensando em algo assim pra fazer… tô pensando em tirar uma foto com a bandeira do Brasil em cada parada, mas essa todo mundo faz, né? Ainda não decidi! O Zeca Camargo tirava fotos de um conjunto de “amuletos da sorte” que os melhores amigos entregavam pra ele antes das viagens e publicou nos livros que ele escreveu sobre o tema. Ficou show!
      E em outubro também devo estar chegando à Ásia! Vamos manter contato, quem sabe a gente não se esbarra por lá?

  7. Só queria dizer que vou acompanhar sua viajem por aqui. Te desejo toda sorte do mundo, um dia, quem sabe, eu faça isso também. É um sonho!

    Boa sorte!

  8. Fernanda disse:

    Into the Wild mudou minha vida. Mas, vou dizer que tive a certeza mesmo que precisava viajar como profissional e jao como turista, depois da minha viagem para a Tailandia. Outro filme que me inspirou muito foi o Fantastico Destino de Amelie Poulain, mais precisamente o gnomo de jardim. Estou ai na estrada…30 paises ja. Todo mundo fala que o mundo eh pequeno, mas quanto mais eu viajo, mais eu percebo que nao vai dar tempo de conhecer tudo.

  9. Matheus Fernandes disse:

    Into the wild é um filme que mexe com a cabeça, faz refletir sobre a vida, e com certeza é influência imediata para alguns mochileiros.

    The way back é excelente, também baseado em um acontecimento real, e passa uma lição: mostra que os limites que o corpo humano teria, podem ser ultrapassados quando se existe objetivo e persistencia, que no caso do mostrado nesse filme é a liberdade.

    obs: achei interessante você ter indicado o albergue haahah

    • Fellipe Faria disse:

      Diga aí, Matheus! Into the wild com certeza é uma das minhas referências nesta viagem. E O Albergue é um ótimo terror pra assistir com os amigos quando você não tem NADA pra fazer, hehe… muito divertido! Se tiver mais alguma sugestão de filme, deixe aí sua dica. Abração!

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